Cuanto más lejos llegue España, más durará el oasis, la tregua, el paliativo que concluirá en todo caso, la bendita ficción que nos descansa
No, los ciudadanos, con muy escasas excepciones, están hoy al cabo de la calle. Saben que durante los noventa minutos que dura un partido podrán instalarse en esa ficción (el fútbol pertenece a esa dimensión casi tanto como las novelas y las películas), y fingir, en consecuencia, que lo único que importa es el triunfo de su equipo, y que al lado de esto su desempleo, sus apuros económicos, su preocupación por el futuro de sus hijos, incluso su afectada salud, palidecen y pasan a segundo plano. He dicho fingir porque hoy conocen bien la verdad: que, una vez terminado el encuentro, todas las desdichas y los temores seguirán ahí, inalterados, independientemente de lo que su selección haya logrado. Y sin embargo se prestan a ese breve fingimiento, o es más, necesitan de él en mayor medida que en las últimas cuatro o cinco décadas, que ya es tiempo.
Esta droga que permite un pasajero olvido no les sirve tan sólo a los aficionados al fútbol: como es sabido, en la Eurocopa y en el Mundial casi todo el mundo acaba poniéndose delante de la televisión, extrañamente contagiado; hasta quienes no se sentarían ni una vez a ver evolucionar a jugadores, así fueran geniales, en los dos años que median entre competición y competición de alto rango. Los habitantes tienen una ilusión, algo de lo que estar pendientes en compañía del resto, y llega un momento en el que las victorias del equipo de un país no son importantes por la victoria en sí, sino porque cada una le permite avanzar y jugar un nuevo partido, que no sería posible si quedara eliminado: lo fundamental de los triunfos es que éstos posibilitan que dure un poco más el encantamiento colectivo.
Una pareja en las calles de Kiev / VASILY FEDOSENKO (REUTERS)
La gente no está por tanto “narcotizada”, sino que ha comprendido lo cruciales que son los respiros, las sublimaciones, las ensoñaciones y los hechizos transitorios; no sólo los asume con plena conciencia de que son sólo eso, sino que los exige. En el caso de España, además, se llega a este campeonato con las expectativas ya colmadas por los pasados títulos europeo y mundial de 2008 y 2010, respectivamente. Es decir, sin ansia. Si el equipo fracasa, no habrá ningún drama, sino agradecimiento por lo que ya se conquistó en las anteriores citas. Será fácil achacar las posibles derrotas a las bajas de Puyol y Villa, o a la mala suerte, o al natural menor rendimiento de los jugadores más veteranos. Así que tampoco habrá que ver sospechosa y ridícula patriotería en el deseo de que la selección siga adelante, sino sobre todo lo ya apuntado: cuanto más lejos llegue España, más durará el oasis, la tregua, el paliativo que concluirá en todo caso, la bendita ficción que nos descansa.
Una de las razones por las que me hice novelista hace muchos años fue porque me parecía un oficio que merecía doble agradecimiento: no sólo lo pasaba bien uno, sino que contribuía —con suerte, claro— a que lo pasaran bien otros. Lo mismo se puede decir de quienes hacen cine o crean series como Juego de tronos o The Big Bang Theory. También de quienes saltan al campo y logran que durante noventa minutos suspendamos nuestras cuitas. Ahí continuarán una vez consumidos, y lo sabemos. Un campeonato como el que va a comenzar no nos engaña, nos alivia tan sólo, y eso ya es mucho en los tiempos oscuros.
http://deportes.elpais.com/autor/javier_marias/a/
Acho que pela primeira vez em muitos anos, uma competição de equipas nacionais (as próximas Euro) será livre e claramente aceito como um oásis, um refúgio, um paliativo, uma fuga da realidade, um mundo falso e paralelos, um Bem-vindo ópio. E isso vai ser encarado como tal, sem vergonha ou remorso ou reserva, não só para os governos europeus que organizam e que, mas para a maioria da população do continente. Sim, um ex-comunista iria chorar para o céu, e não apenas condenar esta atitude, mas o campeonato próprio, que seria a marca de engano, fraude, a distração dos problemas graves e placebo infame. Mas esse tipo de reclamação apenas faria sentido se as pessoas estavam inconscientes e ingênuo e não sabia que o futebol não é uma mudança de vida ou resolver seus problemas ou pior, não procura um emprego que não tem fins ou insegurança e ansiedade que ainda mantém e teme perdê-la todos os dias.
Espanha Quanto mais você avança, mais o oásis, a trégua que terminou o paliativo, se alguma coisa, o resto nós abençoado ficção
Não, os cidadãos, com muito poucas exceções, estão agora no final da rua. Eles sabem que durante os noventa minutos que dura uma parte pode ser instalado na ficção (o futebol pertence àquela dimensão, quase tanto como novelas e filmes), e fingir que, portanto, que tudo o que importa é o triunfo da sua equipa, e, além disso o desemprego deles, seus problemas financeiros, a sua preocupação para o futuro de seus filhos, até mesmo sua saúde afetada, pálido e desaparecer no fundo. Digo fingir , porque hoje estão familiarizados com a verdade de que, uma vez que a reunião, todas as misérias e medos ainda estão lá, inalterada, independentemente do que sua equipe tenha realizado. E ainda se prestam a esse pretexto breve, ou de fato, precisa dele mais do que nos últimos quatro ou cinco décadas, é tempo.
Esta droga permite que um esquecimento passageiro não servem apenas para fãs de futebol: como você sabe, o euro ea Copa do Mundo apenas sobre todos em pé na frente da televisão, estranhamente preso, mesmo aqueles que não se sente nem um tempo para ver os jogadores evoluir e ser grande nos dois anos entre a concorrência ea competição sénior. As pessoas têm uma ilusão, algo a ser destacado na companhia de outros, e chega um momento em que o time ganha um país não são importantes para a vitória em si, mas porque cada um permite avançar e desempenhar um novo partido não seria possível se não vai ser eliminado: os fundamentos das vitórias é que eles permitem um pouco mais duradoura encantamento coletivo.
Um casal nas ruas de Kiev / VASILY FEDOSENKO (REUTERS)
As pessoas não são tão "drogado", mas entendida como crucial são as respirações, as sublimações, devaneios e feitiços transitórios, não só assume plena consciência de que eles são só isso, mas as demandas. No caso da Espanha, também você chegar a este campeonato com as expectativas e preenchidos pelos últimos títulos europeus e mundiais em 2008 e 2010, respectivamente. Isto é, sem a ansiedade. Se o computador falhar, não haverá drama, mas graças pelo que já ganhou em consultas anteriores. Será fácil atribuir as perdas para o baixo potencial de Puyol e Villa, ou má sorte, ou menor rendimento natural dos jogadores mais velhos. Então, para não ser visto ufanismo suspeita e ridícula na esperança de que a seleção continuar, mas tudo já foi dito: quanto mais longe chega a Espanha, mais o oásis, a trégua que terminou o paliativo em qualquer caso, o ficção nós fomos abençoados resto.
Uma das razões pelas quais eu me tornei um escritor de muitos anos atrás, foi porque eu encontrei um trabalho que merece um agradecimento duplo, não só teve uma boa, mas espero que ajudou, é claro, divertir os outros. O mesmo é verdade para aqueles que fazem filmes ou criar séries como A Game of Thrones ou The Big Bang Theory. também aqueles que entram em campo e conseguir que por noventa minutos suspender nossos problemas. Não vai continuar, uma vez consumido, e nós sabemos disso. Um campeonato como eles vão começar a não nos enganar, nos alivia apenas, e que é muito mais nos tempos escuros.
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