quarta-feira, 1 de maio de 2013

Deputados do PSOL reafirmam o 1º de Maio como o dia de luta dos trabalhadores e reforçam o seu caráter de classe


Do site do PSOL Nacional - Leonor Costa

Em sessão solene, realizada nesta terça-feira (30), a partir de um requerimento apresentado pelo deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) e outros deputados, a bancada do PSOL na Câmara fez uma homenagem aos trabalhadores e trabalhadoras de todo o país e do mundo, por ocasião do Dia Internacional do Trabalhador, celebrado neste 1º de maio. Os deputados do PSOL, em suas intervenções, lembraram, no entanto, que esse dia tem sido marcado por festas, grandes shows e até mesmo sorteio de brindes, deixando de lado o caráter classista da data. “O que temos visto são festas, promovidas por algumas centrais sindicais, que fazem sorteios de casas, carros e prêmios, desviando o verdadeiro caráter do 1º de maio. Essas festas não refletem as lutas da classe e muito menos lembra o que de fato resultou no Dia Internacional do Trabalhador”, disse o deputado Ivan Valente, presidente e líder do partido na Câmara.

Ivan lembrou o ano de 1889, quando, em Paris, trabalhadores do setor industrial, durante um congresso internacional socialista, consagraram o 1º de maio como o dia de luta pela jornada de 8 horas, lembrando uma greve geral, realizada em 1886, em Chicago, o principal centro industrial dos Estados Unidos àquela época. Na ocasião, milhares de trabalhadores foram às ruas para protestar contra as condições de trabalho desumanas a que eram submetidos e exigir a redução da jornada de trabalho de 13 para 8 horas diárias. A repressão ao movimento foi dura e houve prisões, feridos e até mesmo mortos nos confrontos entre os operários e a polícia. “O 1º de maio foi criado como o dia de luta sindical anticapitalista. Para dizer que há uma classe que produz riqueza, mas que é expropriada dessa riqueza. A classe trabalhadora do Brasil e mundial precisa voltar a assumir o seu papel na luta pela construção do socialismo. E o 1º de maio, que é uma data internacional, deve ser marcado por este caráter”, finalizou Ivan.

Chico Alencar, um dos autores da iniciativa, abriu a sessão solene explicando que aquela não era uma atividade para lembrar o dia do trabalho, como muitos insistem em chamar o 1º de Maio. “Não é o dia do trabalho, e sim dos trabalhadores e das trabalhadoras. E essa Casa, embora cada vez mais priorize os interesses do capital em detrimento dos interesses dos trabalhadores, faz essa sessão para lembrar a história dos trabalhadores do mundo, que tem sido marcada por luta e resistência”, afirmou Chico. Segundo ele, o 1º de Maio não é apenas um feriado como os outros, mas uma data incomum, que existe para celebrar a grandeza da nossa classe. “É um dia de reafirmar a necessidade de criarmos uma sociedade nova, socialista, em que os trabalhadores possam viver em solidariedade e de forma digna”, enfatizou Chico.

O deputado Jean Wyllys pontuou a necessidade de os sindicatos, federações e centrais sindicais dar mais espaços para as ações que acabem com as distorções salariais que existem entre homens, mulheres, negros e homossexuais. “Espero que nesse dia isso seja lembrado como uma ação urgente e importante das entidades de classe. E que esteja na pauta da luta dos trabalhadores, como outras reivindicações também importantes”, ressaltou Jean.

O representante da CSP-Conlutas, Luiz Carlos Prates, conhecido como Mancha, reforçou o que fora dito pelos deputados do PSOL, considerando que o 1º de Maio precisa ter o seu caráter retomado, já que centrais sindicais consideradas pelegas transformaram esse dia, fazendo coro à classe dominante e aos meios de comunicação. O dirigente citou algumas reivindicações urgentes dos trabalhadores, como a anulação da reforma da previdência e o arquivamento de projetos que flexibilizam direitos, como Acordo Coletivo Especial (ACE), elaborado pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, com o apoio da CUT. “Precisamos demarcar o caráter de classe dessa data. O 1º de Maio tem que ser a alavanca para transformar a sociedade, em uma sociedade socialista e sem classes”, afirmou Mancha.

Além dos deputados, o plenário foi ocupado por representantes de várias organizações sindicais, como a Condsef (Confederação Nacional dos Servidores Federais), Andes-SN (Sindicato Nacional dos Docentes do Ensino Superior), CUT Nacional, ANPT (Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho), CNBB e OAB-DF.

A sessão solene foi encerrada com o Hino da Internacional, escrita originalmente em 1871, pelo francês Eugène Pottier, que havia participado da Comuna de Paris.

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