terça-feira, 28 de maio de 2013

LUTA PELO PASSE LIVRE EM SAMPA


DO SÍTIO DO TONINHO:

Debate realizado pelo mandato discutiu aumento da tarifa de ônibus e política de transporte


Lúcio Grégóri foi secretário municipal de transporte durante o governo de Luiza Erundina.
Na noite de ontem, 27 de maio, ocorreu o Ato-debate contra o aumento da tarifa de ônibus, realizado na Câmara Municipal pelo mandato do vereador Toninho Vespoli. Cerca de 150 pessoas participaram da atividade que teve como objetivo problematizar o reajuste da passagem e organizar o enfrentamento à atual política de transporte público que vem sendo adotada pela prefeitura. Compuseram a mesa, além do vereador, Lúcio Grégori, ex-secretario municipal de Transportes de São Paulo que defende a gratuidade no transporte público; Lucas Legume, do Movimento Passe Livre; Maurício Costa, presidente do Diretório Municipal do PSOL – SP; e João Victor, geógrafo e professor da rede pública de ensino.

De acordo com Maurício, o aumento da passagem não se justifica principalmente pela péssima qualidade do serviço que é oferecido.

Lúcio Grégori foi ainda mais longe. Segundo ele, o ideal seria que o custo do transporte sempre aumentasse para que os motoristas ganhassem melhor, os veículos tivessem ar-condicionado, câmbio automático, fizessem menos barulho, entre outras melhorias. “Se isso ocorrer, o custo aumentará muito. Por isso a discussão que deve ser feita não é contra o aumento da tarifa, mas quem deve pagar por ela”, ponderou.


Da esq. para a dir. Toninho, João Victor, Luciete, Maurício, Legume e Lúcio.
Conforme seu ponto vista, a cidade só funciona se as pessoas tiverem mobilidade, e quem deve pagar pelo transporte é quem mais se beneficia da população conseguir se deslocar para trabalhar, “isto é, o governo, os donos de indústrias, comércios e serviços. O conjunto da sociedade deve pagar”, afirmou. Ele disse ainda que a tarifa limita a classe trabalhadora e que em cidade onde ela deixou de existir, a demanda por transporte público aumentou cerca de 80% em 60 dias. “É preciso acreditar que a tarifa zero é possível. Existem mais de 30 cidades nos Estados Unidos que têm, existe também em cidades da Bélgica, China e Estônia”, contou.

Para Lúcio, a discussão a ser feita com o governo deve ser política e não econômica. “Vamos discutir o marco regulatório do transporte público e não apenas o aumento das tarifas”, sugeriu. Ele colocou também a necessidade de se incluir a mobilidade entre os Direitos Sociais previstos na Constituição Federal, ao lado da educação, saúde, entre outros. “É briga política, e da pesada. Se vocês não fizerem isso, vão ter que engolir o reajuste todos os anos”, alertou.

João Victor ressaltou a importância de se criar uma frente ampla de combate ao aumento da passagem. “Só assim conseguiremos combater a ideologia atual”, disse.


Atividade lotou o auditório da Câmara Municipal de São Paulo.
Legume lembrou que a última campanha política para eleições municipais foi em grande parte pautada pela questão do transporte. “Isso foi uma resposta à mobilização popular. Ou seja, o assunto está em alta e precisamos aproveitar a onda. Enquanto houver tarifa, ela vai aumentar, por isso temos que lutar pelo passe livre”, explicou.

O vereador Toninho Vespoli falou da ligação do governo com empresários e grandes capitalistas. “O dinheiro que financiou as campanhas políticas agora garante a fidelidade dos parlamentares e da administração municipal à iniciativa privada”, denunciou. Ele salientou ainda que apesar do governo Haddad se mostrar aberto ao diálogo e vender ideias, suas práticas têm sido iguais aos do governo Kassab. “A administração atual tentou por três vezes aprovar na Câmara a revisão do Plano Diretor do prefeito anterior. Só não conseguiu porque uma decisão judicial impediu e porque houve reação da sociedade civil organizada”, disse. Diante dessa realidade, a população precisa se mobilizar para garantir que o governo sirva ao conjunto da população.

Ato contra o aumento da passagem

No dia 6 de junho, ás 17h, ocorrerá, em frente ao Theatro Municipal, um ato unificado contra o aumento das passagens.

Participe!

Nenhum comentário:

Postar um comentário